A Enxaqueca é um tipo de dor de cabeça que se caracteriza por uma dor que pulsa associada a outros sintomas, como sensibilidade a luz, barulho, determinados cheiros, náuseas e vômitos.
É uma condição neurológica bastante frequente, mais comum nas mulheres na faixa de idade entre os 30 e os 40 anos.
De acordo com dados epidemiológicos, afeta aproximadamente 15% da população mundial e estima-se que cerca de 30 milhões de brasileiros sofrem de enxaqueca.
Quais os tipos de Enxaqueca?
Os dois principais tipos são:
1 – Enxaqueca com aura.
Esse tipo se caracteriza por apresentar alguns sintomas antes do início da dor de cabeça, conhecidos como Aura e pode ser de vários tipos, como:
- Alterações visuais: pontos brilhantes, flashes ou escurecimento da visão;
- Sons no ouvido;
- Alteração ou perda temporária da fala;
- Intolerância a luz, barulho e cheiro;
- Tontura, náuseas, vómitos ou dor no estômago;
- Formigamento no rosto, lábios, braco e na mão;
- Perda de força temporária em um braço, uma perna ou em ambos.
2 – Enxaqueca sem aura
Quais as causas da Enxaqueca?
Vários fatores estão associados ao desencadeamento da crise de enxaqueca. Os principais são:
- Fatores Genéticos: pacientes com história familiar de enxaqueca em parentes de primeiro grau tem mais predisposição a ter a doença;
- Fatores Hormonais: existe influência de hormônios como os estrógenos, por isso mulheres são mais afetadas e a enxaqueca pode piorar durante o ciclo menstrual;
- Anticoncepcionais de alta dosagem;
- Privação de sono;
- Sobrecarga de estresse;
- Fatores Alimentares: diversos alimentos estão associados e servem de gatilho para a enxaqueca. Alguns dos mais conhecidos são: cafeína, chocolate, bebidas alcoólicas como o vinho tinto e os destilados, alimentos industrializados contendo grandes quantidades de corantes, conserva, enlatados e embutidos, adoçantes, queijos curados (envelhecidos e condimentados), frutas cítricas, alimentos ricos em sódio e em açúcares.
Quais os sintomas da enxaqueca?
A crise de enxaqueca pode apresentar quatro fases, cada uma com vários sintomas. São elas:
- Fase Premonitória: é a fase inicial, acontece antes da aura e apresenta sintomas como bocejos, dificuldade de concentração, irritabilidade e compulsão por alimentos doces;
- Fase da aura: são os sintomas neurológicos que falamos acima e que podem acontecer antes ou junto com a dor de cabeça;
- Cefaléia (ou Dor de Cabeça): a dor típica da enxaqueca é uma dor latejante ou pulsátil de intensidade moderada a forte, localizada em um ou dos dois lados da cabeça, que pode durar de 3 a 72 horas e vir acompanhada dos sintomas da aura, sendo os mais comuns náuseas, vômitos, fotofobia, fono e osmofobia (sensibilidade a luz, sons e cheiros);
- Fase de Resolucão ou Pósdromo: alguns pacientes se queixam de sintomas como fadiga, dificuldade de concentração e uma dor de cabeça residual por até 48 horas após a fase da cefaléia de maior intensidade.
Como é feito do diagnóstico da Enxaqueca?
O diagnóstico é realizado principalmente através da história clínica, que identifica as características e o padrão da dor de cabeça.
Os exames complementares como a Ressonância Nuclear Magnética do Cérebro são indicados em alguns casos após a avaliação clínica e o exame neurológico.
Enxaqueca tem tratamento?
Sim. Existem dois tratamentos para a enxaqueca, que devem ser individualizados conforme o caso.
1 – Tratamento Sintomático
2 – Tratamento Profilático
O tratamento da sintomático é feito com medicações analgésicas com a finalidade de abortar a crise de enxaqueca no momento em que ela acontece. Nesse tipo de tratamento utilizamos medicações como:
- Analgésicos comuns;
- Antiinflamatórios;
- Derivados da Ergotamina;
- Triptanos;
- Medicações Antieméticas.
O tratamento profilático é indicado para quem tem mais de 3 ou 4 crises de enxaqueca no mês e é realizado com algumas medicações de uso contínuo por um determinado período de tempo. Entre as medicações utilizadas estão alguns anticonvulsivantes, antidepressivos e medicações também usadas no tratamento da hipertensão arterial como os betabloqueadroes e os bloqueadores de canais de cálcio.
Outras opções de tratamento profilático são:
- Aplicação de Toxina Botulínica;
- Os Anticorpos monoclonais que bloqueiam os receptores de algumas substâncias que desencadeiam a crise de enxaqueca;
- E mais recentemente os procedimentos de intervenção em dor, como o bloqueio anestésico de nervos cranianos.
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